Parada, calada... Ela pensava...
Tentava encontrar um motivo, um único que fosse, que justificasse a distância vazia que se instalou entre eles.
Distância nunca havia sido problema, sempre estiveram próximos, a despeito de todas as ausências.
Nunca se sentiram tão próximos de alguém, ainda que nem sempre estivessem juntos.
Não era a distância mas o distanciamento que a fazia muda naquele momento,tentando encontrar a “razão” que ecoava em seu pensamento.
O estranho é que o instante que estavam mais distantes era também o que mais se sentiam perto.
Separados, distantes, ligados!
Ela se perdia, sem palavras, nesse paradoxo.
Não conseguia entender, universo paralelo do seu mundo, quanto mais queria fugir mais ele permanecia ali.
o sentia tão dentro, sem gestos ou palavras tão distante e, ainda assim, tão presente, tão menino.
Aquele mesmo menino que a olhava tão fundo, mesmo tão longe ela podia sentir aquele olhar, era como se ela entrasse nos sonhos dele, como se lesse o silêncio e atravessasse o vazio, para simplesmente, sentir o que ele tão quieto tinha tanto medo de dizer.
Era como se enxergasse suas próprias fraquezas nas fragilidades dele.
Sentia-se nele e a despeito de todos os desencontros os caminhos permaneciam...
"Aos caminhos entrego o nosso encontro"
(Caio F. Abreu)
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